O jeito é deixar a poesia me atravessar.
Raramente tenho insônia ou qualquer outra dificuldade para dormir, mínima que seja. Deito minha cabeça no travesseiro e logo eu caio nos braços de Morfeu. E durmo pesado. Só acordo no outro dia.
A falta de sono acontece, geralmente, quando estou saindo de um período melancólico, quando estou sozinho em casa ou, o que é mais frequente, quando a cabeça está cheia de imagens e palavras precisando ser materializadas em algum papel ou tela em branco.
Hoje é um dia desses. Já passada meia noite e o sono decidiu não comparecer. Até insisti, mas a mente vagueia tanto que permanecer deitado equivale a uma tortura.
Em dias como esse, o jeito é levantar, pegar algumas folhas e uma caneta e colocar toda essa energia para circular e a transformando em palavras.
Assim, aqui estou, fazendo uma crônica sobre esta minha rara condição insone, uma condição aguda, felizmente não crônica, de não conseguir dormir.
(escrito na madrugada)
Rio, 07/01/2024